Perto do meu local de trabalho, costuma estar um individuo perturbado mentalmente e sempre alcoolizado. No outro dia passei por ele e nesse momento, o Sr., com cerca de 50 anos de idade, parado mas a cambalear, de braços para baixo e com os olhos a saltarem das cavidades, vocifera:
-I'm forgotten !!! (com muito ênfase no som dos ós?)
Olhei para ele com algum espanto, pois assustei-me, mas assim que lhe virei costas desatei a rir.
Mais tarde fiquei a pensar, que aquilo foi um grito de socorro (ou então era apenas a única frase em inglês que ele sabia) mas o que é certo é que um homem que vive na rua, de trocos que utiliza para comprar cerveja, está mesmo "forgotten".
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Fazer parte da multidão
Foto in www.bsimple.com/crowd62.JPG
Nos transportes públicos, nós vestimos uma capa de loucura. Transformamo-nos em pessoas soturnas (aqueles de nós que não o costumam ser), de cara fechada. Não olhamos directamente para ninguém, apenas contemplamos o chão.
Pisamo-nos uns aos outros e muitas vezes nem desculpa pedimos, ou a pessoa que é pisada nem as nossas desculpa ouve. Olhamos em frente e seguimos o nosso caminho com toda a pressa de quem não está onde anda, de quem atravessa os corredores das estações como quem não tem consciência dos passos que dá.
No rangue-rangue praticamos comportamentos homogéneos e desligados do mundo real, refugiamo-nos nos ipods e cumprimos rituais obsessivos compulsivos que, quando perturbados, nos criam um certo mau humor.
Mas de repente, algo muda, aparece uma pessoa conhecida e o nosso semblante muda e passamos a ser humanos, rimo-nos, somos espontâneos e deixamos o estado de dormência e acordamos.
Na loucura diária do dia-a-dia somos obrigados a sermos outras pessoas, a ser loucos que deambulam de comboio em metro e de metro em autocarro, para que de algum modo consigamos aguentar fazer parte de uma multidão.
Pisamo-nos uns aos outros e muitas vezes nem desculpa pedimos, ou a pessoa que é pisada nem as nossas desculpa ouve. Olhamos em frente e seguimos o nosso caminho com toda a pressa de quem não está onde anda, de quem atravessa os corredores das estações como quem não tem consciência dos passos que dá.
No rangue-rangue praticamos comportamentos homogéneos e desligados do mundo real, refugiamo-nos nos ipods e cumprimos rituais obsessivos compulsivos que, quando perturbados, nos criam um certo mau humor.
Mas de repente, algo muda, aparece uma pessoa conhecida e o nosso semblante muda e passamos a ser humanos, rimo-nos, somos espontâneos e deixamos o estado de dormência e acordamos.
Na loucura diária do dia-a-dia somos obrigados a sermos outras pessoas, a ser loucos que deambulam de comboio em metro e de metro em autocarro, para que de algum modo consigamos aguentar fazer parte de uma multidão.
Diz-me qual é a tua forma de lidares com este percurso, também és mais um louco a deambular?
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Eu LOUCO!!
E se eu saísse à rua todo nu, a gritar "Sou maluco! Sou maluco! Sou maluco!", seria preso por atentado ao pudor ou seria internado? E no dia a seguir quando eu estivesse refeito daquele episódio, a minha família, amigos e conhecidos ainda me olhariam com os mesmos olhos?
Seria sempre visto como um louco, a partir daquele momento de insanidade?
Uma vez louco, para sempre louco.
Na universidade a minha alcunha era Maluco, porque eu dizia o que pensava, porque eu dizia piadas a qualquer pessoa (incluindo o reitor). Isso não fez de mim um louco, mas deu-me identidade. A partir daquele momento passei a ter uma classificação.
-Então Maluco, tás bom?
-Tudo fixe e contigo Miguel? (respondia eu)
Mas por que raio é que me chamavam de Maluco por eu dizer o que eles não tinham coragem de dizer e por eu ser sincero? Esta é uma pergunta que eu ainda tento responder.
Será que já perdi a loucura? Acho que não, acho que essa loucura fará sempre parte da minha maneira de ser e da minha maneira de cativar as pessoas.
Sei ser sério, mas a seriedade em mim não é espontânea, a loucura é!
Eu como Maluco era alguém diferente dos outros, e quando me apercebi que era diferente acabei por ter uma certa superioridade existencial em relação a eles, aos normais.
Ser normal a mim custa-me muito mais do que ser maluco.
Seria sempre visto como um louco, a partir daquele momento de insanidade?
Uma vez louco, para sempre louco.
Na universidade a minha alcunha era Maluco, porque eu dizia o que pensava, porque eu dizia piadas a qualquer pessoa (incluindo o reitor). Isso não fez de mim um louco, mas deu-me identidade. A partir daquele momento passei a ter uma classificação.
-Então Maluco, tás bom?
-Tudo fixe e contigo Miguel? (respondia eu)
Mas por que raio é que me chamavam de Maluco por eu dizer o que eles não tinham coragem de dizer e por eu ser sincero? Esta é uma pergunta que eu ainda tento responder.
Será que já perdi a loucura? Acho que não, acho que essa loucura fará sempre parte da minha maneira de ser e da minha maneira de cativar as pessoas.
Sei ser sério, mas a seriedade em mim não é espontânea, a loucura é!
Eu como Maluco era alguém diferente dos outros, e quando me apercebi que era diferente acabei por ter uma certa superioridade existencial em relação a eles, aos normais.
Ser normal a mim custa-me muito mais do que ser maluco.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Se não os consegues vencer...
Hoje lembrei-me que o Louco sou eu. Louco por não ser sincero com os Loucos e dizer-lhes que o que eles achavam, o que pensavam, os seus argumentos, as suas atitudes e a sua maneira de ser, só podiam ser produto de uma mente insana.
Como seria eu se tivesse dito a um certo louco:
-"Não! A Câmara Municipal de Lisboa de certeza que não lhe disse que os pombos que vivem entre o tecto falso e o telhado desta sala, não podem ser exterminados por estarem no seu habitat natural. Isso é uma completa estupidez."
-Ou que uma pessoa não queima os olhos azuis nos monitores de controlo de aviões da força aérea e fica com eles castanhos.
-Ou então imaginem que eu lhe tinha dito que ele de certeza que não era o defesa lateral da Académica que centrou a bola para o golo na final da única taça de Portugal que a Académica ganhou.
-Ou se eu lhe tivesse dito que ser Sir. Dr. e Prof. não significa nada porque ele não passava de um louco.
Bom, eu se lhe tivesse dito isto não tinha feito muita coisa, se calhar ainda bem que tenho laivos de loucura dentro de mim.
Como seria eu se tivesse dito a um certo louco:
-"Não! A Câmara Municipal de Lisboa de certeza que não lhe disse que os pombos que vivem entre o tecto falso e o telhado desta sala, não podem ser exterminados por estarem no seu habitat natural. Isso é uma completa estupidez."
-Ou que uma pessoa não queima os olhos azuis nos monitores de controlo de aviões da força aérea e fica com eles castanhos.
-Ou então imaginem que eu lhe tinha dito que ele de certeza que não era o defesa lateral da Académica que centrou a bola para o golo na final da única taça de Portugal que a Académica ganhou.
-Ou se eu lhe tivesse dito que ser Sir. Dr. e Prof. não significa nada porque ele não passava de um louco.
Bom, eu se lhe tivesse dito isto não tinha feito muita coisa, se calhar ainda bem que tenho laivos de loucura dentro de mim.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
É tudo uma cambada de...!!!
Há um tipo de loucos que é o mais comum que existe por Lisboa, são as pessoas que acham que toda a gente no mundo lhe deve dinheiro. É o tipo de pessoas que nos afirma que fulano, beltrano e sicrano estão cheios de dinheiro à pala de um esquema qualquer. Outra das práticas irritantes deste tipo de pessoas é a forma veemente como afirma o que diz.
Estes loucos têm a capacidade de rotular de ladrão (e outros sinónimos) qualquer pessoa, seja figura pública ou o vizinho do lado.
Imaginemos que um político aparece numa peça de um qualquer telejornal este louco afirmará, com todas as forças que tem no seu âmago, que "este é um dos maiores ladrões que há em Portugal", mas se logo a seguir aparecer outro político a afirmação poderá ser:
-Este gajo até a própria avó é capaz de roubar, mamão dum raio. vive do tacho lá do partido e não faz nada na vida...
Imaginemos uma entrevista num psiquiatra, onde um Louco destes teria que responder a primeira coisa que lhe viesse à mente face a uma palavra:
1-Portugal!
-Terra de chorões e mamões. Este país não interessa a ninguém
2-Marcedes!
-Marca de carros de putas e mamões. É para o rico conduzir e o zé povinho pagar.
3-Benfica!
-Só mamões e medíocres. Vaidosos dum raio, muito fraquinhos mas com a mania que são bons.
4-Sporting!
-Equipa de betinhos e mamões. É o clube dos ricos mas que não dão um tostão para a equipa de futebol.
5-F.C.Porto
-Ladrões e corruptos. todos os anos vendem montes de jogadores e não entra dinheiro nenhum nos cofres do clube, é só mamões.
Não sei se já repararam aqui no padrão, mas para este tipo de Loucos, toda a gente rouba e vive de explorar os outros e particularmente a ele, seja pobre ou rico. O pobre vive do subsídio do Estado que ele paga com os seus impostos, e o rico vive do dinheiro que não lhe paga de salário, por ele achar que ganha muito pouco.
Estes loucos têm a capacidade de rotular de ladrão (e outros sinónimos) qualquer pessoa, seja figura pública ou o vizinho do lado.
Imaginemos que um político aparece numa peça de um qualquer telejornal este louco afirmará, com todas as forças que tem no seu âmago, que "este é um dos maiores ladrões que há em Portugal", mas se logo a seguir aparecer outro político a afirmação poderá ser:
-Este gajo até a própria avó é capaz de roubar, mamão dum raio. vive do tacho lá do partido e não faz nada na vida...
Imaginemos uma entrevista num psiquiatra, onde um Louco destes teria que responder a primeira coisa que lhe viesse à mente face a uma palavra:
1-Portugal!
-Terra de chorões e mamões. Este país não interessa a ninguém
2-Marcedes!
-Marca de carros de putas e mamões. É para o rico conduzir e o zé povinho pagar.
3-Benfica!
-Só mamões e medíocres. Vaidosos dum raio, muito fraquinhos mas com a mania que são bons.
4-Sporting!
-Equipa de betinhos e mamões. É o clube dos ricos mas que não dão um tostão para a equipa de futebol.
5-F.C.Porto
-Ladrões e corruptos. todos os anos vendem montes de jogadores e não entra dinheiro nenhum nos cofres do clube, é só mamões.
Não sei se já repararam aqui no padrão, mas para este tipo de Loucos, toda a gente rouba e vive de explorar os outros e particularmente a ele, seja pobre ou rico. O pobre vive do subsídio do Estado que ele paga com os seus impostos, e o rico vive do dinheiro que não lhe paga de salário, por ele achar que ganha muito pouco.
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